Dezembro. 1920. Ucrânia: nasce Haia. 1922. Brasil: renasce Clarice. Lispector. Lis no peito. Flor de Lis: Clarice Lispector. Ucrano-brasilica. Judia. Judiada... Verdadeira. Se deixava ser... Maternal. Instigante. Tímida. Ousada. Foi Teresa Quadros. Helen Palmer.Ghost-writen de Ilka Soares. Nada de meios termos. Os olhos eslavos,oblíquos, guardiões de seu templo enigmático e misterioso.Secreto. O alimento, a palavra,sempre a palavra, seu domínio sobre o mundo!A felicidade clandestina! Uma ‘sentidora’. Uma escritora.Jornalista.Ela mesma uma clareciana. No confessionário de si mesma nada revela.Misteriosa. A ilusória passividade no olhar. Guerreira travando batalha contra si mesma. Regurgita emoções contraditórias. Conflitos domésticos e interiores.O mundo caótico dentro si é cercado por uma incomensurável melancolia e angustia, mas ela é profundamente humana.As lágrimas suspensas em enigmático brilho mostram fragmentos daquilo que lhe vai por dentro: miséria existencial. E como se tivesse de atalaia para se proteger do bote da dor. E magicamente, do aparente chão árido de si mesma, brotam flores em forma de poemas , de romances,de notícias de jornal.Prêmios! Na calada da noite, ao dormir com o ’companheiro’ aceso sente-se incendiar.O fogo a marcou.Cicatrizes na alma, na pele.Mais tristeza e solidão. Sem palavras para novas vertigens e delírios sente se morrer. Perto do coração selvagem...Quer reflorestar o deserto de si mesma, mas está com as mãos vazias de sementes! Dezembro. 1977. Um mal maior a consome. Natural e sobrenatural dizia que entende-la não era uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca. De repente, ouve um sino tocar incessantemente. Dobram por ela. Chegou a hora da estrela...
Clarice Lispector”
ReplyDeleteDezembro. 1920. Ucrânia: nasce Haia.
1922. Brasil: renasce Clarice.
Lispector. Lis no peito. Flor de Lis: Clarice Lispector. Ucrano-brasilica.
Judia. Judiada...
Verdadeira. Se deixava ser...
Maternal.
Instigante.
Tímida.
Ousada.
Foi Teresa Quadros. Helen Palmer.Ghost-writen de Ilka Soares.
Nada de meios termos.
Os olhos eslavos,oblíquos, guardiões de seu templo enigmático e misterioso.Secreto.
O alimento, a palavra,sempre a palavra, seu domínio sobre o mundo!A felicidade clandestina!
Uma ‘sentidora’. Uma escritora.Jornalista.Ela mesma uma clareciana.
No confessionário de si mesma nada revela.Misteriosa.
A ilusória passividade no olhar.
Guerreira travando batalha contra si mesma. Regurgita emoções contraditórias. Conflitos domésticos e interiores.O mundo caótico dentro si é cercado por uma incomensurável melancolia e angustia, mas ela é profundamente humana.As lágrimas suspensas em enigmático brilho mostram fragmentos daquilo que lhe vai por dentro: miséria existencial.
E como se tivesse de atalaia para se proteger do bote da dor.
E magicamente, do aparente chão árido de si mesma, brotam flores em forma de poemas , de romances,de notícias de jornal.Prêmios!
Na calada da noite, ao dormir com o ’companheiro’ aceso sente-se incendiar.O fogo a marcou.Cicatrizes na alma, na pele.Mais tristeza e solidão.
Sem palavras para novas vertigens e delírios sente se morrer. Perto do coração selvagem...Quer reflorestar o deserto de si mesma, mas está com as mãos vazias de sementes!
Dezembro. 1977. Um mal maior a consome.
Natural e sobrenatural dizia que entende-la não era uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.
De repente, ouve um sino tocar incessantemente. Dobram por ela. Chegou a hora da estrela...