NO ESTÚDIO

O IMPARCIAL 09-IX-2010

Marcelo Accarini, o médico/pintor que foi aluno de grandes mestres em Araraquara


CÉLIA PIRES



O médico Marcelo Accarini, especializado em pneumologia pediátrica, em São Paulo, tem uma grande ligação com a cidade de Araraquara, onde cresceu e só não nasceu na cidade porque a mãe Adele Angelucci Accarini queria ter os filhos perto das irmãs em Piracicaba. “Assim nasci em Piracicaba no dia 9 de fevereiro de 1965. Depois da licença gestante minha mãe retornou a Araraquara para retomar o trabalho”, conta, acrescentando que o pai Ângelo Accarini sempre morou em Araraquara e sua mãe em Piracicaba. “ Eles se conheceram em Piracicaba em uma visita que meu pai fazia ao seu tio. Se casaram em 1961 e como os dois eram funcionários públicos federais minha mãe transferiu-se para Araraquara onde viveu até sua morte em 1994”.



Embora tenha optado pela medicina por motivos práticos, Marcelo Accarini, que pinta há quase 30 anos, sempre gostou de desenhar. “Ganhar a vida como médico é muito menos difícil”, brinca ele, contando que sempre gostou de desenhar.”Como meu pai notou isso apresentou-me ao seu amigo Paulo Mascia que por sua vez me apresentou ao Kiko Lopes e ao Yuta que me ensinaram a técnica da pintura.Falar em “dom” é mistificar um pouco a coisa! Pintura não é algo nato,é técnica que se aprende. Obviamente existem os “gênios” ,mas técnica é técnica e todos podem aprender”, explica o pintor.



Ele revela com emoção que deve quase tudo ao seu grande amigo Kiko (o odontologo Francisco Lopes),o melhor aquarelista que conheceu e também aos saudosos Mascia e Ikue Yuta dos quais foi aluno.



Pintando do natural



Uma das preferências desse misto de médico e pintor e pintar do natural. Havendo um tema pictórico lá está ele. Tanto faz que seja em São Paulo, Bueno Aires e seus arredores, Araraquara, Piracicaba, cidade da qual faz parte da Associação Piracicabana de Artistas Plásticos. “Gosto de pintar do natural pois é a maneira mais correta! Se observa melhor tudo.Foi assim que aprendi com meus grandes professores. Assim também faziam os impressionistas”.



Embora, morar em Araraquara, por enquanto, esteja fora de seus planos a cidade tem total importância para o pintor/médico. “Exceto a universidade, toda minha educação e formação se deu aí.Fui aluno de mestres como o grande professor e matemática Ulisses Ribeiro, da professora de literatura Terezinha Belotti e outros mais.Meu pai está com 80 anos e vive em Araraquara, minha irmã e sobrinha também,bem como quase todo o lado paterno da minha família”.



A medicina é de certa forma uma arte que acaba sendo fortalecida pela pintura que pratica. “Medicina é 20% arte e 80% técnica.A pintura ajuda nos dois sentidos, pois também é arte e técnica”.



Impossível separar o médico do pintor, artista duas vezes, uma delas a arte de salvar vidas e a outra, a de transportar para a tela -nos os temas do natural e transformá- los em um mundo de sonhos, de personagens, vivências e lugares por ele visitados e revisitados



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