Wednesday, 9 March 2011

"ESTAÇÃO DE TRENS EM ARARAQUARA-SP"

óleo sobre tela à espátula

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  2. Estação de trens em Araraquara

    Havia vida.
    O lugar de despacho de cargas.
    O armazém.
    O vai e vem de carroceiros que faziam a festa transportando mercadorias: de malas a cerveja ensacada.
    A baldeação, onde os passageiros por conta da diferença de bitola tinham que trocar de trem.
    O restaurante sempre concorrido.
    Os convidativos bancos para se sentar enquanto o trem não chegava
    A sala de espera.
    O guichê.
    O burburinho daqueles que não iam embarcar, mas que encontravam no lugar entretenimento.
    Encontros.
    Desencontros.
    Estação de flores.De dores.Amores.De sonhos.
    Outra vida.
    Outro mundo.
    A cidade era vista a partir da Estação.Hoje a estação abriga um museu de si mesma para não ficar esquecida no vagão do tempo. Para não virar ‘estação solidão’.
    E agora quem por ali passa recarrega o ‘vagão’ que vaga na própria alma salpicada de lembranças: o apito.
    O maquinista.
    O vendedor oferecendo toda sorte de doces e sedutores biscoitos de polvilho. Gigantes.
    Que coisa mágica era tudo isso. A trilha sonora produzida pelo trilho embalava quem ia observando a paisagem através da janelinha.
    A estação que recebeu trens de passageiros até março de 2001, foi o ponto de partida para tantas outras partidas, mas também de chegadas. Quem por ela passou, não sabia que um dia o bilhete ali vendido seria o da saudade. O da saudade...

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